Living in an awareness of karma
28 de junho a 3 de julho de 2011
Emerson College – Forest Row – England
Relato
Chegar no campus do Emerson College no verão, é como adentrar a uma paisagem de contos de fadas, ou se transportar para uma pintura romântica do Constable.
A natureza é bucólica e acolhedora nesta região de Sussex. Um colírio mágico para os olhos! Pixton House, a estrutura central marcada pelo tempo, é rodeada de jardins, lagos e campos a perder de vista.
O meu plantão começou 3 dias antes da Worlwide Biography Conference, com a participação no International Trainers Forum Meeting, órgão que congrega os representantes das Formações espalhadas pelo mundo. Um grupo que cresceu neste ano, com a chegada de Dorothy Le Baron do Canadá, Patricia Rubano dos EUA, Mercedes Gamba do Brasil e Cristina D’Agostino, representando UK . Muitas horas de discussões e deliberações, precedidas por um trabalho artístico/meditativo com a décima aula da Classe, e permeadas pela troca de notícias, experiências e suporte mútuo. Desta vez, Tali Sella de Israel, teve a formação que ela representa reconhecida pelo grupo e recebeu o referendum assinado por todos os membros do Forum. As ponderações que envolveram este reconhecimento foram, na minha opinião, uma prova da maturidade deste Forum que, cada vez mais se consolida, no papel que assumiu como representante da General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science at the Goetheanum.
Encerrada a reunião do Trainers Forum, no final da tarde da segunda feira, o Emerson começou a receber os participantes dos 18 países que chegavam aos bandos, para as Masterclasses. Um evento a parte, todos aqueles encontros e reencontros ao som de diferentes línguas. Uma experiência positiva de globalização, depois de passar pela experiência de “cara de poucos amigos” do pessoal da imigração inglesa.
As Masterclasses começaram na terça cedo, com as propostas girando em torno do tema central da Conference “ Vivendo na consciência do Carma”. Eu me inscrevi na masterclasse “ A abordagem maniqueísta do Carma” coordenado por Christine Gruwez. Não me arrependi! Este é o segundo seminário dela do qual eu participo que me ofereceu a possibilidade de trabalhar com o silêncio interior e com a experiência do limiar na vida diária. Fiquem de olho para a publicação, no futuro, do livro dela “O que é ser contemporâneo” que já foi traduzido para um grupo de estudos da Associação Comunitária Monte Azul.
Na quinta feira, uma reunião entre representantes de Formações e Associações Biográficas com Michaela Glöckler marcou o início do dia. As questões referentes ao Trabalho Biográfico como instrumento terapêutico, foi o tema da reuniáo. Ao final do encontro, Emannuele Capt entregou a Michaela uma carta com as intenções dos presentes. À noite, na palestra de abertura da Conferência, Michaela pontuou que o “Trabalho Biográfico carrega a antroposofia no mundo.”
Na abertura das manhãs da Conferência, uma vivência emocionante, o canto de reconciliação e paz. Todos juntos cantando o Aleluia, as vozes encorajadas pelo entusiasmo, competência e juventude de Naamah Pinkerfeld Gal-Or.
Fotos de Marilene R.Puschaski
A condução do trabalho das manhãs coube a Anita Charton. Ela trouxe o aspecto do carma que vem ao nosso encontro, em determinada circunstância de vida. Trabalhamos com a pergunta: “Em que situação, eu me deparei com um acontecimento de proporções globais, e que consequências este evento teve na minha vida.?” O meu pequeno grupo foi formado por Shlomit e Valentin, uma israelense e um romeno. Foi uma troca intensa de experiências de vida que, por si, valeu o esforço de vir à Conferência.
No Market Place, a Cristina D Agostino e eu, compartilhamos com os colegas presentes, a nossa pesquisa e experiência com a interface Biográfico&Counselling. Tema quente, uma realidade que se torna cada vez mais desafiante dentro do impulso biográfico. No Short Presentations, Elisa Fleury do Grupo 9 da Formação Biográfica, apresentou o projeto de conclusão de curso, feito em parceria com a colega Cláudia Bava. A criatividade e o pragmatismo dos brasileiros, sempre impressiona a todos! Infelizmente, não deu para estar em todas as apresentações, cujos ecos eu me contentei em compartilhar no coffee break, o ambiente permeado com o entusiasmo da troca de experiências.
Na primeira das noites da Conferência, a emoção foi por conta da apresentação dos poemas de Rabindranath Tagore, numa perfomance acompanhada pela flauta de Rachel Miller. Tagore foi o poeta indiano que recebeu um Prêmio Nobel e, suas cartas e poemas declamados com maestria por Louise Coigley, levaram algumas pessoas às lágrimas. Na noite seguinte, toda a comunidade sentou-se em silêncio para “escutar” a Terra. Rodeados pelas fotos da paisagem de Fukushisma, de antes e depois do acidente nuclear do Japão, esta foi uma experiência meditativa com uma energia tão poderosa quanto curativa.
Teria muito mais para contar, mas é necessário fôlego para participar de todas as atividades!
Os agradecimentos à valorosa colega Fumiko Chikami à frente da equipe formada por Carine Biessels, John Lees, Giovanna Mabanta e Cristina D’Agostino. Espero que na próxima conferência, mais brasileiros estejam presentes.
Até lá! Edna Andrade