Tudo começou no ano 2000. A executiva paulistana sofre uma queda e seu médico diz ser exaustão. Indicam-me um local terapêutico para restaurar a saúde. Diziam ser um lugar diferente, mas para entendê-lo era preciso ir até lá. E assim eu fiz, fui até lá! E o que era um simples retiro tornou-se caminho de vida. Em tempos de mudança, a escola veio como uma nova casa! A todo o momento um sentimento de quem esteve fora por muito tempo e agora “voltava para casa” no seio da família. Hoje sei que meu lugar no mundo é a Antroposofia, que minha casa é a ELEB e que minha família ampliou-se com meu grupo e mestres, e que todos esses elementos reunidos trouxeram-me de volta o pertencimento e a comunhão com a minha história.

Diante de tantos sentimentos tão verdadeiramente colocados nessas mensagens, vivencio uma certa escassez de linguagem, quando o que vai no coração é grande e as palavras se fazem pequenas demais. Então, vem a sensação de incapacidade, de inconformismo. Como não consigo dizer nada? Como não consigo colocar nesse espaço que se fez entre nós, espaço que um dia chegou aberto, cheio de perguntas, cheio de expectativas, naquela primeira semana de formação na Artemisia. Naquela primeira semana, quando todos eram apenas pessoas desconhecidas, com histórias que não tinham nada a ver comigo, e que estavam ali para iniciar um curso, como tantos outros, um curso que daria uma metodologia para ser… o que mesmo? Biógrafo? Não, biógrado é quem escreve biografias. Terapeuta biográfico? Não, não, terapia é coisa para